sábado, 15 de março de 2014

Correios: 350 anos comemorados sem a tradicional credibilidade

...Antes do e-mail, do Orkut, do MSN, do Facebook e demais redes sociais existiam as cartas! É assim que muitos pais em breve falarão para seus filhos a cerca dos meios de comunicação usuais. Não sei se isto irá funcionar para os moradores do sertão nordestino, sem acesso ao tal mundo globalizado, principalmente no Brasil das desigualdades sociais, mas que estamos cada vez mais perto da extinção das cartas, telegramas e outros estamos!

Não tem como falar de cartas sem falar nos Correios. Os primórdios dos serviços postais no Brasil Colônia reportam-se a Portugal e à sua atuação neste novo território. As cartas eram o único meio de comunicação à longa distância e foram muito utilizadas desde os primeiros passos do processo de colonização, dependendo inicialmente da atuação de particulares. Os serviços postais oficiais chegaram com os assistentes do Correio-Mor das Cartas do Mar.

A oficialização destes serviços vem de 25 de janeiro de 1963 – daí o motivo da comemoração do Dia do Carteiro nesse dia. Com mais de 350 dias de tradição e credibilidade, os Correios foi a maior vítima do escândalo político chamado Mensalão. Foi nesta instituição que se ouviu falar pela primeira vez neste esquema que beneficiou quase todos partidos políticos brasileiros. Não citarei siglas para não ser injusta com o atual governista, afinal já foi mais que comprovado que muitos outros se beneficiaram.
Não é à toa que nos últimos anos, os funcionários dos Correios estão sempre em greve reivindicando melhorias salariais e outros benefícios. Uma instituição antes modelo agora vive sucateada e com a decadência de serviços que antes eram considerados Estrelas – na denominação do Marketing: Sedex e todas as suas denominações: 10, 12 e 24 horas...

Antes ao enviar uma correspondência ou encomenda você tinha certeza que ela chegaria ao local, nas mãos do destinatário bem antes do tempo previsto. Agora se ela for entregue já é muita sorte! Lamentável mesmo esta situação. Antes ser funcionário dos Correios era um orgulho imenso, agora o que se ouve são apenas reclamações e reivindicações de melhorias para realizar aquele bom trabalho que foi referência até mundial. O engraçado é que a Empresa continua recebendo prêmios todos os anos: em 2013 esteve no ranking das 1.000 melhores e maiores empresas do País; de marca de Confiança da Revista Seleções de circulação mundial e outros da categoria de serviços postais.

Estranho isto não é mesmo?! Para quem não conhece como funciona – uma grande maioria destas premiações informo: muitas simplesmente são apenas “propagandas” da própria instituição, pois a realizadora cobra pelo evento e reconhecimento. Uma estratégia de marketing nada ética que tem melhorado a imagem de muitas instituições e personalidades. Sei lá pagar para ser elogiado quando se sabe que não estamos merecendo é algo moderno demais para mim, não sei vocês?!

Os Correios tem tentado seguir as modernidades do mundo on line como a criação dos Correios Mobile. Ótima estratégia, entretanto eu penso naquelas famílias lá no nordeste sem acesso a água tratada, saneamento básico, educação e quem dirá a um computador. Para estes nada como a velha e romântica e econômica carta, cartão postal e telegrama. O triste é que eles já não chegam como antes.
Seria pedir muito que alguns dos mensaleiros condenados dedicassem algumas de suas horas de trabalho a esta Empresa como compensação?! Claro que não seria possível pagar salários como estava sendo oferecido a José Dirceu, em um hotel de Brasília, afinal estamos falando de uma instituição que já deu demais para este esquema.

Torço para que lá em DF algum político relembre da importância desta instituição, não apenas empresa para a nossa história. Que não demorem muito...

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Muito prazer Sr. Marcos Valério, da DNA Propaganda, do Mensalão...

... Eu sou Viviane, uma brasileira, uma jornalista, uma mãe, uma esposa, uma amiga de muitos e inimigas de alguns – não por minha vontade, e também sou sua ex-funcionária! Isto mesmo. Não fique surpreso ou sem graça por não lembrar, não nos apresentaram e até janeiro de 2005 eu nunca tinha ouvido falar do senhor também! Incrível não é?!
Então vou me apresentar como uma profissional deve fazer para seu patrão-contratante, mesmo que ele esteja a quilômetros de distância do seu local de trabalho ou que a hierarquia não permita esta proximidade. Sou formada em letras- Espanhol, com MBA e Experto em Comunicação Corporativa. Eu era uma, dos muitos profissionais de Comunicação contratados pela sua DNA Propaganda Ltda., para prestar serviços em estatais, bancos e outros órgãos governamentais. Nosso “não” relacionamento profissional teve início em 2001 e eu realmente errei por não buscar informações sobre sua empresa, pois fiquei tão feliz em deixar o estágio para ser contratada por período determinado, que cometi um dos maiores pecados da minha profissão: não buscar informações para montar uma boa matéria, ou simplesmente ter embasamento para algum projeto.
Enfim, só o “conheci” de fotos na mídia no ano em que o Brasil teve conhecimento do escândalo denominado Mensalão. Eu senti na pele o que o senhor sentiu quanto à dita estatal que trabalhei, nem vamos mencionar nome, pois meu vínculo empregatício sempre foi com a DNA e neste momento não agrega nada para o relacionamento que nunca tivemos... Enfim, sofri como o senhor deve ter sofrido quando teve diversos contratos da sua DNA e da SMP&B Comunicação Ltda., encerrados. Concordamos (eu e o senhor) e a Justiça também, que a atitude destas contratantes foram precipitados. Suas empresas só haviam sido denunciadas pelo maior esquema de desvio de dinheiro público que o Brasil teve conhecimento até hoje; não houve condenação, em 2005.
O senhor nunca comentou nada sobre este fato, não é mesmo! Nenhum de seus muitos advogados utilizou esta informação para mudar o que o povo brasileiro pensa a seu respeito. O senhor ganhou todas as causas de quebra de contrato e isto possibilitou que a DNA e a SMP&B Comunicação recebessem o dinheiro que era devido! Pena que ficou bloqueado nos últimos anos juntamente com casas, terrenos e sítios que o senhor e seus sócios tinham como patrimônio.
Quando nosso contrato foi encerrado eu estava grávida de oito meses. Sim, obrigada por pensar nele! Ele está bem e com muita saúde, graças a Deus. Ele adora assistir as notícias do Mensalão e nem sabe o quanto isto fez parte de sua vida... Não é fantástico?! Filhos são bênçãos em nossas vidas e o senhor Marcos Valério sabe muito bem disto. Quando atingem nossos filhos, bons pais que somos sofremos na própria carne. Lembro uma das muitas entrevistas, em que comenta do constrangimento de seus filhos neste mesmo período em uma escola de referência em Belo Horizonte por ter o pai reconhecido como operador Mensalão. Senti muito por isso.
Quando meu filho fez dois anos de idade, 2007 – dois anos da denúncia que o ex-deputado Roberto Jeferson fez do Mensalão, eu cansei de esperar uma solução amigável por parte de sua empresa de meus direitos: FGTS, férias, 13º, licença maternidade e o restante da indenização dos quatros anos que tivemos de vínculo empregatício. Dei entrada na justiça trabalhista de Rondônia (TRT-14). O senhor recorda desta intimação?! Não conseguiram localizá-lo, apesar do envio de correspondências até para sua residência em um bairro nobre de BH. Sei que deve ter passado despercebido, afinal o senhor já estava com outros trabalhos e sabemos que no Brasil padecemos de esquecimento coletivo e ainda o senhor enfrentava um divórcio...
O senhor acredita que nem o juiz da primeira audiência do meu processo acreditou que estivéssemos falando da sua DNA Propaganda?! Ele foi julgado a revelia, pois seus administradores não nomearam ninguém para representa-lo. Sei que ele era muito pequeno para ter sua atenção. Pode ficar tranquilo, se depender de mim o senhor não ficará mais nenhum ano detido por conta do não recolhimento do INSS como aconteceu em outras ocasiões. Minha carteira de trabalho foi assinada pela justiça e nesta segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014, dois dias antes de meu aniversário, o TRT-14 fez o recolhimento do que a DNA e eu como trabalhadora devíamos a Previdência!
Foram sete longos anos desta batalha. O senhor mais que ninguém sabe que a justiça tarda, mas não falha, não é mesmo?!
Acessei centenas de vezes o site do Tribunal Regional do Trabalho de Rondônia buscando ansiosa o fim deste imbróglio, que nos debilita fisicamente e mentalmente. No final de 2012 tive que recorrer ao Excelentíssimo Senhor Ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, por orientação de meu advogado, Reginaldo Francisco Joca para conseguir o desbloqueio do dinheiro de um daqueles contratos! Acredita que tive retorno em menos de uma semana do envio da carta! E, olha que estava próximo do período de recesso natalino. Este Barbosa realmente é uma figura, um herói como o denominaram!
Sim. Fui eu que consegui o desbloqueio por ordem de prioridade legal, trabalhista. Pensei que o senhor já me reconheceria daí, afinal fui a única prestadora de serviços da DNA que o colocou na Justiça. Sei que o senhor deve saber que esperei o quanto pude...
Claro que o presidente do Supremo não poderia jamais interferir em uma causa de bloqueio em qualquer esfera do Judiciário, mas ele encaminhou minha carta para a Corregedoria Nacional da Justiça – que acompanha as denúncias de irregularidades. Tive outra resposta imediata. O andamento do desbloqueio estava normal, apesar da desistência de seus advogados, que resultou na extinção, sem resolução de mérito.
Finalmente depois disto, em 2013 meu processo “andou”! O desbloqueio do dito contrato foi realizado em agosto desse ano, no entanto só apareceu no andamento eletrônico do TRT-10 de Brasília agora em janeiro de 2014. Morosidade provocada pela alta demanda do nosso judiciário... Normal, não é mesmo?! O senhor sabe melhor do que ninguém que muitos processos parecem não sair das Varas, cartórios e da sempre repleta mesa dos juízes...
Quero agradecer ao senhor por ter buscado seus direitos, que possibilitou com que eu ganhasse os meus. Meu advogado faz questão de dizer nos corredores do TRT-14: “só o Supremo e nós (eu e ele) conseguimos pegar algum dinheiro da DNA Propaganda”. Ele é muito bom, mesmo. Foi advogado, psicólogo – nos momentos em que eu quis desistir, amigo – afinal em sete anos eu tive que lidar com a perda da minha mãe que sofreu muito por eu ter trabalhado todos os dias e não ter sido indenizada! Eu precisei desta indenização, que não é milionária, apenas justa, quando ela adoeceu e teve que ser atendida em um hospital de Urgências pública, o João Paulo II em Porto Velho... Talvez o senhor saiba como eles são, a imprensa sempre faz a associação do dinheiro desviado do Mensalão com a saúde precária e a educação deficiente de nosso País... “Muitos hospitais, escolas teriam sido construídas e melhoradas com o dinheiro desviado”...
... Voltando aos comentários de meu advogado, ele só erra quando diz: o Supremo e nós conseguimos pegar dinheiro da DNA do Marcos Valério. Sabemos que isto não é a completa verdade! Além dos políticos e empresários condenados finalmente pela prática do Mensalão, muitos outros se beneficiaram de sua empresa e do senhor! Fato. Eu sei, o senhor sabe e até tentou provar. Valeu à tentativa, muitos acreditaram em suas palavras.
Quis aproveitar este momento, que busquei em minhas orações, para me apresentar. Senti-me insignificante, uma profissional sem valor, tive períodos alternados de depressão nestes 85 meses de espera e agora felizmente acabou. No próximo dia 28 de fevereiro, sexta-feira, o processo 185 completaria exatos sete anos, data da primeira audiência, aquela que o senhor não pode participar.
Enfim, nunca é tarde para nada na vida: muito prazer, senhor Marcos Valério Fernandes de Souza, eu sou Viviane Vieira de Assis!


domingo, 16 de fevereiro de 2014

Contra o País do Futebol e Carnaval, não. A favor do País da Educação e Saúde!

Quando me perguntaram sê fiquei feliz com a escolha do Brasil para sediar a Copa de 2014, em 2007 no meio de uma mega campanha que para mim que nem sou tão “ligada” em política assim, vi que era mais uma preparação para a continuidade do governo “populista Lula”, só respondi: não!!! E não, não sou contra o PT, ou o Lula, votei nele e me decepcionei. Você não?!
Claro que a maioria das pessoas que conheço ficou desapontada comigo fui chamada de antipatriota, do contra, de Direita, de Esquerda ao revés... Sei lá, poucos do meu círculo de amizade ou de contato profissional entenderam que não é contra a Copa no Brasil que uma comunidade – graças a Deus, se posicionou deste 2007! Eu acho que o País do Futebol e do Carnaval, como ainda é conhecido lá fora merecia sim sediar este evento em algum momento. Mas, esta ocasião seria quando o índice de analfabetismo de pessoas acima de 35 anos diminuísse; quando a corrupção na política não fosse mais regra; quando centenas de brasileiros não dependesse exclusivamente de “bolsa” alguma para comer, estudar ou obtiver aprovação em concurso público, pois, a igualdade social e financeira estaria equilibrada... Na verdade não sou contra a Copa, ou futebol, sou contra a permanência do Brasil nesta coisa do só de Carnaval, futebol, seria muito pedir: o País da Educação, da Saúde?!
Sonho?! Não. Seria possível sim! Depois disto seria fantástico sediarmos todos os eventos mundiais possíveis porque como reza os livros de administração e antes a Bíblia, sem apelações é claro, teríamos organizado a nossa casa para receber os convidados.
Pronto. Enfim, não adianta chorar pelo leite derramado a vida seguiu?! Sim do jeito que era previsto em terras brasileiras: atrasos em obras, fraudes em licitações, mortes de trabalhadores nas obras, projetos duvidosos que colocam em risco a segurança de todos; caos no trânsito das cidades sedes dos jogos; caos nos aeroportos reformados que não estarão prontos para o evento... Esqueci alguma coisa? Sim, recursos que a Dilma jurou que não sairiam da União que acabaram saindo.
No último domingo, 16 de fevereiro, a edição do El País trouxe uma matéria especial sobre os preparativos da Copa 2014 no Brasil. Triste ler, mesmo em outro idioma, nossa falta de administração, de idoneidade, de comprometimento de respeito com nossa bandeira, com os países irmãos! Para mostrar que não exagero segue um trecho da entrevista com link para eventuais dúvidas. “La elección de 2007 no solo ponía a prueba la capacidad de Brasil para organizar un gran evento deportivo internacional, sino que el país también asumía la responsabilidad de confirmar su condición de potencia emergente. Sustentado por un crecimiento económico superior al 5%, Brasil tenía tiempo suficiente para prepararse dentro y fuera de los estadios. “Queremos dejar un legado de mejoría en las condiciones de vida de nuestro pueblo”, se comprometía el entonces presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. Siete años después, a 116 días del partido inaugural, faltan por entregar 5 de los 12 estadios cuya construcción, además, ha consumido más dinero del previsto, mientras la lista de proyectos para mejorar la movilidad urbana, que iban a formar parte del legado prometido, se ha ido desinflando”. http://deportes.elpais.com/deportes/2014/02/14/actualidad/1392408183_542865.html

Acho que nem precisa de tradução, não é mesmo?!
Falei. É isto mesmo. Quando digo nossa responsabilidade, é nossa mesmo! Elegemos todos que estão tomando as decisões erradas, vendemos nossos votos por muito pouco, achamos que valia mais apena mostrar para o mundo o que ainda não temos do que nos estruturarmos internamente. A maioria vence não é isto, não é Democracia?!
O mundo está duvidando que consigamos fazer a Copa de 2014 sem atentados, sem caos nos aeroportos e tudo mais. Eu mesma digo que apesar de contra o evento acho que iremos conseguir do jeito que sempre conseguimos: jeitinho brasileiro... Quando terminar os governistas dirão: duvidaram, trabalharam contra – porque agora ser do contra é ruim, e conseguimos!! Os da oposição: estão escondendo o que não deu errado, o resultado dos problemas da Copa só surgirão daqui alguns anos...
E a vida segue, afinal somos brasileiros não desistimos nunca prega a lenda...

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Economizar energia elétrica evita os Apagões?! Nada a ver Miriam Leitão

O apagão nas regiões Sul e Sudeste no último dia 4 de fevereiro, o décimo deste ano, rendeu uns cinco minutos de comentários no Bom dia Brasil no dia seguinte. Os comentários do casal de âncoras foram medianos – tendo em vista que nenhum deles é especialista em matérias do setor elétrico e estavam lendo scripts feitos por redatores. Agora a comentarista Miriam Leitão começou bem a explicação sobre as prováveis causas do apagão: sobrecarga do sistema, estresse dos equipamentos, aumento recorde da demanda em janeiro; o desperdício da energia eólica que não tem linhas de transmissão para escoamento... Mas, quando ela afirmou: “a falta de divulgação de campanhas sobre o uso racional de energia e uso consciente de água contribui para os apagões”, foi uma colocação infeliz.
Ela demonstrou desconhecer totalmente os programas criados em governos anteriores, que não foram colocados para escanteio como: Procel – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica criado há Combate ao Desperdício de Energia Elétrica criado há 20 anos, completados em dezembro de 2013, que entre campanhas em escolas criou o Selo Procel obrigatório em todos os utensílios domésticos e eletrônicos que identifica o consumo de energia do produto A – mais eficiente a E menos eficiente. Esta iniciativa já proporcionou a economia de 60 milhões de megawatts-hora (MWh), energia suficiente para atender a mais de 30 milhões de residências durante um ano! O Selo é aplicado junto informações do Inmetro.
Tem também o Prodeem – Programa de Desenvolvimento Energético em Estados e Munícipios que beneficia moradores de zonas rurais distantes de rede elétrica com instalação de placas solar em comunidades, escolas, postos de saúde e realiza projetos de redução de energia elétrica em prédios públicos em parceria com prefeituras... Ou seja, ela, a comentarista realmente não sabe nada sobre o que opinou!
Somente em 2012, o Selo Procel Eletrobras ajudou a economizar nove milhões de MWh, que equivalem à energia gerada durante um ano para uma usina hidrelétrica de 2.150 megawatts. O custo de investimento construir e disponibilizar uma usina com essa capacidade é de US$ 3,5 bilhões. Essa economia de energia elétrica também ajudou a evitar que mais de 600 mil toneladas de CO2 equivalentes fossem lançadas na atmosfera, quantidade de gases de efeito estufa similar à lançada por quase 210 mil veículos em um ano.
Acredito que Miriam Leitão não tenha mais ou nunca teve tempo para prestar atenção nestes pequenos detalhes em sua casa ou apartamento, que faltaram alguns minutos na correria diária da profissional para pesquisar o assunto e o resultado foram os comentários desastrosos, afinal ela é uma expert em Economia e não em Energia Elétrica. Uma iniciativa muito bacana das empresas do setor elétrico, neste sentido, seria promover encontros de jornalistas com as equipes de Comunicação Integrada das agora Eletrobras-Cemig, Eletrobrás-Eletronorte, Eletrobrás-Furnas, Eletrobrás-Chesf... Faltam muita informação e explicações deste setor que é realmente muito complexo para entender em apenas alguns minutos de entrevista, ou mesmo pesquisa de internet para produzir uma boa matéria para TV, rádio, jornal e sites. A nomenclatura dos MW, Watts é uma festa à parte que exige atenção igual ao uso da crase.
A Eletronorte realizou o II Encontro de Comunicação do Setor Elétrico – Eice, reunindo todos os jornalistas, relações públicas, publicitários na usina de Tucuruí, no Pará, em 2001, saí da empresa em 2008 e desconheço que tenham existindo outros. Apesar de ser uma reunião interna, os participantes receberam materiais riquíssimos como manual de escrita que poderiam e deveriam ser compartilhados com os comunicadores externos.
Apesar de tudo realmente voltou a afirmar que a comentarista cometeu um dos piores crimes do jornalismo: o desconhecimento de um assunto! Ao longo dessas duas décadas, os trabalhos para consolidação do Selo Procel Eletrobrás incluíram a capacitação de 20 laboratórios para ensaios de eficiência energética, a implantação de centros de excelência em diversas regiões do País, além da publicação de um vasto material técnico direcionado a profissionais e estudantes de engenharia e arquitetura interessado no assunto. Ela teria conseguido estas informações colocando no Google: programas de combate ao desperdício de energia no Brasil...
O Procel tem uma vertente que considero principal e esta realmente deveria ser amplamente divulgada na mídia para evitar citações como a de Lilian Leitão, o Programa na Educação Básica que dissemina informações de combate ao desperdício de energia, por meio da metodologia “A Natureza da Paisagem – Energia”, capacitando multiplicadores nas concessionárias de Energia Elétrica, que por sua vez capacitam professores, dentro do mesmo processo metodológico, conforme a Lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional – LBD. Os alunos são beneficiados com vídeos, jogos e livros. De 1995 a 2006 participaram do Procel Educação na Educação Básica cerca de 21 mil escolas, 137 mil professores e 18 milhões de alunos.
As crianças de hoje serão as maiores divulgadoras das ações de uso racional de energia elétrica, pois nós os adultos não somos tão resilientes quanto deveríamos ser para aceitar orientações como estas! Então fica a dica para o setor de Comunicação Institucional da Eletrobrás e da Casa Civil divulguem o Procel sem medo. Medo foi à palavra que a comentarista global utilizou para afirmar que o setor não gosta de divulgar informações demais para não gerar alarde! Nesta parte ela acertou - não a do alarde, pois é comum e estratégico em qualquer organização que se preze, mas na ausência de divulgação desta Estrela chamada Procel – como dizem no marketing de determinados produtos. É claro que quando começar a divulgação maciça do programa irão questionar o excesso, o desperdício do dinheiro público... Mas isto também faz parte!



quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

99 ou 100 anos de Solidão?!

Os historiadores se dividem quanto à data exata do aniversário da cidade de Porto Velho, idem quanto ao seu nome se seria uma menção ao velho que cuidava do antigo porto da cidade ou uma referência ao velho porto da época ainda da lendária Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. O certo é: 99 ou 100 anos de Solidão e Abandono – parafraseando o escritor colombiano Grabriel García Marquez foi o que senti quando estive por aí visitando o velho portinho como bem diz meu primo Leoh!
Na verdade retornei depois de exatos 12 meses, em pleno aniversário da cidade – 24 de janeiro, que é abraçada pelo majestoso Rio Madeira e não vi muito para comemorar. Quando moramos em um local conseguimos ver pouco as melhorias, isto é fato, igual quando temos uma criança nova e todos dizem: Nossa como ele cresceu e você não consegue ver porque está com a visão “viciada”, mas quando passamos algum tempo fora chega a doer o que você consegue enxergar!
Os viadutos que deveriam fazer a diferença visual nas BR- 364- Cuiabá e 429- Acre são a prova do descaso e falto de comprometimento perpétuo das autoridades locais eleitas para aplicar com honestidade os recursos públicos sejam eles do Município, Estado ou da União.
Fiquei até feliz quando percorri uma parte do viaduto sentido Cuiabá – Porto Velho, pois há um ano ele estava em obras, entretanto achei lamentável as anilhas ao redor do acostamento que indicam a imprudência dos motoristas; a vista dos comércios ao redor da BR, em frente a buracos, lama e aterros...
Também achei triste ver condomínios ditos de luxo no bairro da Lagoa com ruas asfaltadas cheias de buracos, lama e lixo jogado na calçada que estão à venda por uma média de R$ 350 mil reais chegando até R$ 600 mil?!?!? Sério? Porto Velho sempre teve uma especulação imobiliária “sui generis” do Brasil. Enquanto no restante do País os imóveis com vista para o mar no Nordeste, em ruas pavimentadas com saneamento básico e infraestrutura em média custam R$ 250 mil, nesta cidade que cresci e vivi parte de minha vida adulta – que ainda sofre com 80% de ausência de saneamento básico, infraestrutura e água tratada nos lares, os valores mesmo depois da dita bolha imobiliária ter passado continua lá em cima.
Ruim também foi transitar por ruas antes “boas” na Nova Porto Velho é verificar buracos, buracos e nada de recapeamento. Mas você não encontrou nada de positivo de bom, você leitor está se perguntando certamente. Sim! Vi com prazer áreas de lazer e atividades esportivas que são comuns em cidades pequenas como Altamira (PA), onde resido atualmente e em Goiânia, onde nasci. Estas áreas em bairros como a zona Leste fazem a diferença na vida dos moradores e melhor ainda foi vê-las repleta de crianças e adolescentes!
Agora para os 100 ou 101 anos de Porto Velho deixar de ser de solidão e abandono depende de nós – eu ainda não troquei o endereço eleitoral, votar consciente com consciência! Sem modismos, sem poucas compensações individuais – negociação de voto por rua asfaltada, por dinheiro, por emprego, por amizade... Votar pensando e esperando que o candidato realmente ame esta cidade e Estado, independente do local de origem dele! Já presenciamos migrantes que nada fizeram quando eleitos, porto-velhenses (ribeirinhos) e rondonienses que só tiveram discursos difamatórios dos outros candidatos.
Eu ainda acredito na democracia, não nos partidos, não no político legal que bate nas suas costas e beija seus filhos quando está pedindo votos. Eu acredito no político ser humano, honesto, temente a Deus – sem oportunismo eleitoreiro! Eu acredito que Porto Velho, berço do rio Madeira, da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, do Complexo Hidrelétrico Rio Madeira merece o melhor, pois todos que moramos aí somos os melhores quando acreditamos sê-los. Que venha 100 ou 101 anos de Companhia e Desenvolvimento.
É isto por esta semana!

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Que não falte energia elétrica para os "ambientalistas"

Antes que eu seja xingada apenas pelo audacioso e petulante título deste artigo devo dizer a meu favor, pois estamos no Brasil é todos tem direito de ter Direito, amo a natureza e sigo todas as orientações e regras para conservá-la. Acho que não sou inconsequente neste quesito, pois meu filho de nove anos é uma das poucas crianças que conheço que dá pulos de alegrias quando vê uma lixeira seletiva, papel utilizado com verso limpo, que prefere assistir documentários da Discovery e matérias do tema ambiental nos noticiários ao Bem 10, mesmo gostando do último porque ele é criança...
Mas, enfim... É isto mesmo. Chegando a Copa de 2014, obras em andamento nas cidades sede do evento – mesmo que em atraso, e fico espantada que os veículos de comunicação de todo o País explorem pouco a questão da demanda energética... Pode existir verba e muita para a Copa, a aquela energia que somente nós brasileiros temos para curtir (desculpem – vício do Facebook) desfrutar carnaval, futebol e demais festas - agora desavisados de plantão sempre: energia elétrica segura, dita verde – ecologicamente correta e incorreta, até temos pero...
Na semana passada um dos muitos especialistas do setor elétrico brasileiro explicou que as altas temperaturas neste início de ano, que proporcionaram aqueles momentos inesquecíveis para quem estava “curtindo” – SOCORRO, desfrutando férias na beira da praia foi a mesma que levaram na sexta-feira passada, às usinas elétricas a bater mais um recorde histórico de produção de energia e trouxeram uma preocupação: o risco de falha nos equipamentos de transmissão e distribuição. Isto é relevante?! Muito para quem gosta de usar ar condicionado, ter luz em casa, geladeira funcionando e ainda não aderiu aos painéis solares! Esta situação de aumento de demanda de energia elétrica pode gerar faltas de luz pontuais e localizadas, segundo avaliação do coordenador do Gesel/UFRJ (Grupo de Estudos do Setor Elétrico/UFRJ), Nivalde de Castro.
Bem descomplicado de entender: o aumento de produção nas usinas hidrelétrica – principalmente, aliado ao aumento do consumo, provoca o calor que "estressa" os equipamentos, que, por sua vez, podem vir a apresentar falhas técnicas pontuais. Assim mesmo hoje em dia até os equipamentos estão no limite! “Na atual situação, o risco de problemas na transmissão ou na distribuição é maior do que o de questões estruturais - a oferta de energia não acompanhar a demanda, por exemplo,”. De acordo ainda com Castro, os reservatórios que abastecem as hidrelétricas estão mais cheios do que em janeiro do ano passado e as usinas térmicas continuam em funcionamento, como forma de manter os níveis dos estoques de água das hidrelétricas.
Vale lembrar que a mesma situação provocou um apagão de 10 dias na Argentina. De acordo com boletim do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) o Brasil bateu seu recorde de geração de energia na semana passada, ao registrar, às 14h39, do dia 10 de janeiro, produção de 79.962 MW, 0,05% mais que a marca anterior, do dia 4 de dezembro.
Na sexta, os reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste tinham 41,96% de sua capacidade - a média em janeiro de 2013 era de 37,46%. A mesma situação é verificada no Nordeste, com reservatórios 39,26% cheios, enquanto em janeiro passado a média era de 32,86%.
Aí você pode estar se perguntando se nossos reservatórios estão cheios não é um fator positivo?! Nem tanto! O excesso, já dizia minha saudosa mãe não é bom em nada na vida. Os nossos reservatórios cheios garantem a geração de energia elétrica, no entanto o risco de falta de energia decorre do fato de, com o objetivo de poupar reservatórios de uma ou outra região do país, o SIN (Sistema Interligado Nacional) tem enviado grandes cargas de energia de um canto do país para o outro. No dia do recorde, por exemplo, as usinas da região Norte enviaram 3.916 MW para o Nordeste.
Uma falha pequena, uma árvore que derrubar uma torre neste caminho... Pronto! Desde 2012, o país mantém ligada boa parte das usinas térmicas com o objetivo de poupar os estoques de águas das hidrelétricas enquanto a “tenebrosa, vil e desnecessária” usina Belo Monte é construída. Do total gerado no dia do recorde, 14,2% vieram das térmicas convencionais, que excluem as usinas nucleares. As hidrelétricas foram responsáveis por mais de 82%.
Mas não esquecendo meus amigos ambientalistas, pois eu tenho muitos de carteirinha, que vivem das causas ambientais – vamos rezar para que o boom de turistas nas regiões ditas nobres do Brasil durante os jogos da Copa de 2014 não obrigue o feio e sujo Norte a sobrecarregar o SIN...
Também gostaria de entender, sem generalizar, porque os mesmos ambientalistas que são contra a construção da UHE Belo Monte não ficam hospedados em hotéis sem ar condicionado, não fazem suas refeições em restaurantes sem ar condicionado e não realizam reuniões em ambientes com ventiladores?! Ser a favor do meio ambiente para mim é isto, ter atitudes iguais a de meu filho, pois ele aprendeu em casa, na creche, nas escolas, nos discursos ambientais... Não seria uma questão de exemplo?!?!
Mas, vou pedir para São Pedro dar uma maneirada nas chuvas aqui Norte para que os moradores do nobre e bonito Sudeste, é para esta região que vai mais de 60% da energia produzida no Brasil, não sofram. Ah, também é nesta localidade que residem os mesmos ambientalistas que são contra os empreendimentos energéticos que proporcionam os confortos que – a maioria, não abre mão!

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

O útero que sofre no Norte

O útero que sofre no Norte, título acima bem poderia ser: O sexo precoce provoca a morte! Para quem foi criada na região Norte brasileira, as altas taxas de câncer de útero nesta localidade que superam os casos na Índia - onde as mulheres mais morrem da doença em todo o mundo, não é novidade! Como poderia se diferente quando se cresce vendo crianças de 11 anos sendo mães, que aos 16 já tem até três filhos, não realizam exames preventivos e que trocam de parceiros muitas vezes ao longo de suas jovens vidas?!
Segundo informações do INCA – Instituto Nacional do Câncer e o Ministério da Saúde, o câncer do colo do útero está ligado ao HPV, vírus transmitido sexualmente. Parte das mulheres infectadas desenvolve lesões precursoras do câncer. Se forem tratadas, é possível prevenir a doença em 100% dos casos. Claro que isto não acontece no coração da Amazônia. É evidente que os dados sobre o câncer do colo do útero revelam "Brasis" muito diferentes. Sê no Norte, o país tem taxas de mortalidade semelhantes às da Índia e de Bangladesh, 12,4 mortes a cada 100 mil mulheres, no Sudeste elas fazem o mesmo país ficar próximo aos Estados Unidos, 2,7 mortes a cada 100 mil mulheres por ano.
No país, a taxa de mortalidade é 4,14 por 100 mil – ou 4,66 com correções para comparação internacional e 7,13 se ajustada de acordo com o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Segundo especialistas, as taxas deste tipo específico de câncer, o do colo do útero, são o reflexo da falta de amparo. É o câncer da pobreza!! Só morre quem não tem acesso a ginecologista e a um bom laboratório de análise do Papanicolau. Moradores das localidades ribeirinhas dos estados dos Amazonas, Amapá, Maranhão, Amapá e do Acre vivenciam o que está nos relatórios, o tempo todo. Enquanto em Minas Gerais, as mineiras têm a taxa de mortalidade mais baixa pela doença no País. O Norte também detém o segundo lugar no índice de câncer de mama.
Para quem já visitou a região ou morou no Norte sabe-se que as comunidades ribeirinhas estão cheias de mulheres de meia idade que chegam aos hospitais nas cidades mais próximas já em estado terminal da doença, por falta de informação, prevenção e tratamento no tempo hábil. Estas nem são contabilizadas. E, também existem aquelas que vivem na cidade mesmo, mas por questões culturais e até religiosas não realizam exames preventivos.
Ao começar escrever este artigo recordei da morte de minha sogra Raimunda, a Mundinha. Eu e meus filhos não a conhecemos por conta do câncer de colo do útero. O que aconteceu com ela é um exemplo de que pouco ou quase nada foi feito para minimizar esta chaga na saúde. Mundinha morava em Rondônia, tinha um restaurante em um garimpo na região de Jacy-Paraná, conhecida hoje por conta da construção da usina Jirau – Complexo Hidrelétrico Rio Madeira. Ela teve uma infecção urinária e procurou atendimento no Hospital de Base, em Porto Velho. Na época, segundo meu marido recorda chegaram a fazer exame de raios-X do útero dela e neste exame foi possível ver uma ferida pequena no útero. Como era muito comum na década de 80 e ainda hoje entre muitas comunidades do Norte, conhecidos e familiares a aconselharam a
alguns chás, fazer alguns banhos íntimos com plantas regionais, enquanto tomava o antibiótico receitado pelo médico. Meses depois com dores intensas no útero ela retornou ao hospital e fizeram o exame Papanicolau. O diagnóstico do câncer em estágio avançado caiu como bomba na família de origem paraibana que migrara para a região Norte em busca de uma vida melhor. Minha sogra, que era viúva há quatro anos, viajou para Manaus para buscar auxilio de especialistas na doença, mas já era tarde demais. Mesmo assim ela ainda foi para o Sul, como última tentativa e também lá nada mais pode ser feito. Mundinha faleceu na frente dos três filhos pesando 38 quilos aos 42 anos. Uma morte que marcou para sempre meu marido, seus irmãos e toda família.
Muito triste ver que quase três décadas depois este ainda é um mal que mata mulheres na Região, mesmo que Rondônia não esteja entre as cidades com maior índice de câncer de colo do útero, a média são 5,59 mortes a cada 100 mil mulheres. Um número muito preocupante, pois 275 mil mulheres morrem todos os anos no mundo desta doença. Em 2011, foram mais 5.160 mães, filhas, irmãs, sogras, tias, avós que deixaram de conviver com os seus por um mal que poderia ser prevenido, curado e tratado quando diagnosticado na fase inicial.
Apesar dos números alarmantes, somente no ano passado começaram a aplicar a vacina contra o vírus HPV em Manaus. Acre e Amapá ainda não fornecem a vacina na rede pública e os programas de prevenção do Governo Federal, Estadual e Municipal ainda permanece inacessível a maior parte das vítimas que vivem distantes das cidades, ou quando perto delas distantes das informações básicas. Bom, seria interessante aproveitar o programa Bolsa Família, que certificou a miséria brasileira para orientar e salvar estas mesmas mulheres! Fica a dica!

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Teremos cotas para viver no Brasil?!

Encerramos 2013 com a aprovação da cota que reserva 20% das vagas dos concursos públicos para indivíduos negros. Muito bom, né, igualdade para todos! Após um ano da lei de cotas sociais e raciais na rede federal de ensino superior é bem previsível que até o final de 2013 teremos mais algumas cotas por aí, e realmente como “negona” que sou começo a ficar envergonhada desta situação. A intenção foi maravilhosa, a lei de cotas tem a meta audaciosa de que até 2016 todas as universidades e institutos federais reservem 50% de todas as suas vagas por critério de cor, rede de ensino e renda familiar.
Eu realmente prefiro começar 2014 acreditando que as equipes que compõem o governo dos excluídos, das desigualdades sociais como o da presidente Dilma Roussef se autodenomina, tenham almejado o melhor para os brasileiros, não aquela ou esta raça! Até o momento o tiro tem sido no pé. Os números não metem como sabem bem os professores de Marketing e Administração, da disciplina de Mensuração de Resultados. Criar campanhas, programas é bem fácil, imaginando consequências e alcances e resultados... Agora tudo isto virar realidade, dar certo, é missão árdua e exige constantes correções e melhorias.
Analisemos só os dados fornecidos pelo Mistério da Educação e Cultura, responsável pelo Enem referente aos anos de 2012 e 2013. O número de candidatos do certame, que se autodeclaram pretos e pardos cresceu 29% entre a edição de 2012 e a de 2013. Foram inscritos 4.006.425 candidatos que se declararam pretos e pardos, quase um milhão de candidatos a mais que os 3.094.545 de inscritos em 2012, um crescimento acima da média de inscritos, de 24%.
No mesmo período, o crescimento no número de indígenas inscritos no Enem foi ainda maior, apesar de o grupo ainda representar uma minoria do total de candidatos. A evolução, segundo o balanço do MEC, foi de 30% (de 35.756 para 46.563). Os candidatos que se autodeclaram brancos eram 2.421.487 em 2012 e, neste ano, são 2.837.064, o que representa um crescimento de 17%.
Eu mesma ficaria indecisa na hora de fazer minha inscrição no Enem. Negra – meu cabelo é ondulado, apesar do nariz de bolinha. Parda?! A cor da minha pele é marrom – porque a denominação morena só se aplica a pessoas da pele branca com cabelos escuros. Cafuza, mistura de negro com índio, pois tenho bisavó índia e bisavó negra! Mulata?! Quem dera, a cor da minha pele é muito desbotada. Então fico imaginando como um adolescente de 16 anos consegue preencher uma ficha e definir sua raça, numa nação tão miscigenada como a nossa. E mais, principalmente aqui no Norte do Brasil, onde existem indígenas e nordestinos que descendem de portugueses, italianos, holandeses...
Quando minha filha fez sua inscrição no Enem pela primeira vez há dois anos ela disse que ia se declarar parda. A afirmação foi quase um pedido de socorro, tipo assim: é isso que sou?! Depois ela justificou que não concordava com o sistema de cotas porque não se considerava não inferior socialmente e racial assim. Bem por aí mesmo. Como muito bem afirmou o ator Morgan Freeman que interpretou Nelson Mandela no cinema. “Temos de parar de falar de negros e brancos. “Eu me considero um individuo pertencente à ração humana, nem branco, nem preto”!”.
As diferenças sociais existem no Brasil e não são novidades para ninguém. O desconhecimento é um fator preocupante. Por exemplo, o Instituto Castelo Branco, responsável pelas provas e cursos da carreira de Diplomata destina bolsas para afrodescendentes disputarem o certame há uma década! E aí?!
Cria-se o sistema de cotas sociais e raciais, de concursos públicos e ao mesmo tempo o governo distribui a vergonhosa Bolsa Família, que certificou a miséria. “Olha você jamais irá conseguir sair desse nível social. Você continuará tendo filhos e mais filhos sem poder criar, pois te daremos um auxílio para cada um que estiver “estudando” em nossas escolas públicas deficientes de material básico, de estrutura física... Mas quando você crescer se não for assassinado em uma favela, ou morrer de sede e fome, ou de doenças erradicadas às décadas no restante do mundo, você terá uma vaga garantida em uma universidade ou faculdade. Mas quando terminar este curso você irá descobrir que apenas o certificado superior debaixo no braço não será suficiente para conseguir um emprego digno ou com remuneração igual a dos políticos brasileiros, pois para isto temos um presidente eleito e “Doutor Honoris Causas” apenas com o ensino médico técnico ““...
Tudo isto já pode ser visto nos processos seletivos das universidades que adotaram o Enem como substituto do vestibular tradicional. Na Federal do Pará – a UFPA os candidatos descobriram no final do ano passado, que este negócio de cotas é uma faca de dois gumes bem afiados. Quem se inscreveu para o curso de Administração-Matutino, para uma das 64 vagas e optou pelas cotas vai enfrentar uma concorrência de 50.34 por vaga. Já os não-cotista: 21.38!!! O mesmo acontece para o curso de Direito-Matutino, dos 1.946 inscritos, os 1.902 cotistas enfrentam 60.67 candidatos por uma vaga, enquanto os 846 não cotista 47.00 pela mesma vaga.
E não está sendo diferente em nenhuma universidade federal. Ou seja, e agora senhora presidente?! Para solucionar esta equação teremos que investir em mais cotas, talvez agora cotas de nascimento, pois assim garantiremos que o mal seja cortado pela raiz...

Desejos para o ano do Cavalo - Gente de Opinião

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