Quando iniciei minha vida como blogueira, minha intenção foi contestar a falta de modos e educação no mundo on line, mas esta fase passou... ainda bem! Agora resolvi compartilhar o que realmente faz parte da minha vida: a comunicação e a energia elétrica, assim juntas! Daí o nome Comunicação com Energia. As vezes comentarei algo do idioma Espanhol ou da Espanha que amo muito também! Então, vamos lá...
terça-feira, 24 de julho de 2012
O Brasil precisa de usinas ou de uso consciente de energia elétrica?!
Em agosto do ano passado, a Energy Information Administration, órgão de estatísticas energéticas ligado ao governo dos EUA divulgou que o consumo mundial de energia elétrica iria crescer 53%, saindo de 505 quatrilhões de BTUs em 2008 para 770 quatrilhões de BTUs em 2035. Aqui vale uma explicação básica para os trabalhadores do setor elétrico, mas não muito acessível para os demais: BTU é a British Thermal Unit, Unidade Térmica Britânica, uma expressão muito utilizada nos Estados Unidos e Reino Unido, que nos brasileiros comuns conhecemos apenas como determinante da potência de vários aparelhos como o ar-condicionado.
O mesmo levantamento apontou o óbvio, China e Índia deveriam responder por metade do crescimento. E o Brasil como fica nesta situação?! Afinal por aqui temos o maior potencial hidrelétrico do mundo na invejada Amazônia, sem mencionar a energia gerada por fontes alternativas como a cana de açúcar, a solar, a eólica e a de resíduos urbanos.
Como país emergente precisamos de energia elétrica para garantir e a o crescimento da economia nacional, através das indústrias; energia em todos os sentidos para a realização de eventos como a Copa das Confederações em 2013, a Copa da FIFA de 2014, as Olímpiadas e as Paraolimpíadas de 2016. Dá para fazer isto sem uma matriz elétrica segura e eficiente?! Nem em sonhos, e isto não é discurso de profissional do setor elétrico ou de ex-coordenadora regional de comunicação da Eletronorte, atual Eletrobrás em Rondônia, berço agora do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira. É fato registrado na Matriz Energética Nacional – horizonte 2030, do Ministério de Minas e Energia. Um documento disponível para todos!
O mesmo documento demonstra em 2030, o consumo de energia elétrica no Brasil poderá se situar entre 950 e 1.250 TWh/ano, o que exigirá a instalação de uma potência hidrelétrica adicional expressiva. Mesmo que se dê prioridade absoluta à expansão da oferta por meio de hidrelétricas, ainda assim a instalação de 120 mil MW, elevando para 80% o uso do potencial, poderá não ser suficiente para atender à demanda por energia nesse horizonte. Lá também está sinalizando uma perspectiva de esgotamento em longo prazo do potencial hidrelétrica nacional. O que é certo, afinal tudo acaba um dia, mais cedo ou mais tarde. Aqui é necessário um retorno a história, os primeiros registros dos aproveitamentos hidráulicos foram encontrados na Mesopotâmia e no Império Egípcio da época dos Faraós, por volta de 3.000 a 2.000 anos A. C. Na idade média a utilização da energia em cidades que possuíam cursos da água, frequentemente determinava a produtividade de seus negócios e seu apogeu comercial.
È claro que a questão ambiental é abordada no documento... “em relação a outros países o Brasil ainda demonstra, por um lado a predominância de uma matriz energética limpa e por outro uma intensidade energética alta em relação aos países desenvolvidos, significando um uso ineficiente da energia, mesmo apresentando um baixo acesso à energia. Ou seja, o brasileiro de Norte a Sul, de Nordeste a Sudeste e Centro-Oeste aonde a energia elétrica chega às residências não sabe usar o produto!
O desperdício de energia elétrica é algo tão problemático que nunca é citado por manifestantes do MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens, comunidades indígenas, comunidades tradicionais, ONGs internacionais e outros profundamente incomodados com empreendimentos como a Usina de Belo Monte, ou melhor AIH – Aproveitamento Hidrelétrico de Belo Monte. O que é no mínimo, infelizmente, discrepante, no discurso de preservação ambiental! Ou seja, vamos utilizar fontes alternativas de energia, deixemos de lado as usinas nos rios – mesmo sendo elas do tipo bulbo comprovadamente menos agressivas ao meio ambiente, usem energia elétrica sem nenhuma consciência e continuem acreditando que ela irá aparecer do nada o tempo todo...
A Eletrobrás investe milhões de reais, anualmente, em projetos com o Procel – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, aquele mesmo do selo da lâmpada nos produtos eletrodomésticos, ar-condicionado e muitos outros, instituído por um decreto presidencial em1993 para orientar os consumidores a comprarem aparelhos que contribuíssem com o desenvolvimento tecnológico e principalmente a preservação do meio ambiente.
Eu gostaria realmente de ver os manifestantes das causas ambientais abraçarem esta bandeira durante os protestos que fazem, onde vemos muita quebradeira de bens públicos e privados, por partes de alguns, é claro. Seria muito interessante que todos brasileiros tivessem conhecimento de casos exemplares como o município de Ariquemes (RO), que conseguiu uma economia excepcional de consumo de energia nas secretarias, postos de saúde. O que significou a redução de 30% da conta mensal da prefeitura. O feito levou a cidade a ser reconhecida em Dubai, nos Emirados Árabes por Melhores Práticas em 2008. Para situar ainda mais o leitor, Ariquemes foi o único dos 52 municípios rondoniense, no período, a efetuar o pagamento de sua conta de luz em dia. Indo mais fundo, em 11 meses foram economizados R$ 300 mil. A estratégia foi identificar os pontos críticos de desperdício e reduzi-los. O mérito não foi apenas do prefeito, que abraçou o programa de uso eficiente de energia nos municípios do Governo Federal, foi dos funcionários que antes de tudo são morados e usuários do produto.
Por isso continuo achando que é muito fácil fazer manifestações para impedir a construção de usinas, por todos os motivos certos e incertos, agora ver o problema lá na frente é um pouco mais difícil, até porque se faltar energia elétrica nos jogos da Copa ou de outros grandes eventos que o Brasil irá sediar, todos os brasileiros, incluindo os que são eticamente contra este tipo de empreendimento sofrerá no calor, sem energia, sem ar-condicionado, sem água gelada nos escritórios, sem...
Assinar:
Comentários (Atom)

